Psicologia na Saúde Coletiva

Psicologia na Saúde Coletiva

As práticas na atenção primária à saúde estão fundamentadas na análise das necessidades e no acompanhamento longitudinal da população, direcionadas para a promoção, manutenção e melhoria da saúde.

A lei 8.080, de 1990, que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), indicou uma prática que não se limitasse ao combate de doenças, expandindo a ação dos profissionais de saúde para todos os níveis de atenção e possibilitando, de maneira mais incisiva, o ingresso de novas categorias no campo da saúde pública.

Inicialmente a prática psicológica no contexto da atenção primária à saúde ocorreu por meio da transposição do modelo clínico de atuação tradicional, o que acabou por amputar oportunidades de ousar, criar e construir outros modos de fazer psicologia na atenção primária.

Em função de nossa cultura formativa profissional, muitas vezes as psicoterapias tradicionais são tomadas como o único instrumento de trabalho. Sabe-se que o trabalho clínico é constituinte da atuação de qualquer profissional de saúde, desde que realizado de maneira ampliada.

A clínica ampliada exige a redefinição do objeto, do objetivo e dos meios de trabalho da assistência individual, familiar ou a grupos. Constrói-se um objeto para o trabalho da clínica que não se restringe ao nível individual. A intervenção terapêutica descentra do uso quase exclusivo de medicamentos ou de procedimentos técnicos engessados, o que possibilita o maior uso de técnicas de prevenção, de educação em saúde e de reconstrução da subjetividade.

Ressalta-se a importância do profissional psicólogo que desenvolve suas atividades em saúde coletiva, educando-se em saúde e ao público atendido a fim de reconhecer suas próprias potencialidades e dos indivíduos, buscando encontrar próprios e novos caminhos da construção de qualidade de vida.

 

Luciane Rippel